Para o Brasil, estimativa é de um crescimento de 2,4%. Expansão nos países em desenvolvimento, embora mais lento, deve subir de 4,8% em 2013 para 5,3% neste ano

Cinco anos depois do início da crise financeira mundial, a economia internacional mostra sinais de recuperação neste ano, impulsionada pela melhoria nos países mais ricos e pela manutenção do crescimento na China, indica o relatório Perspectivas Econômica Globais 2014, que acaba de ser divulgado pelo Banco Mundial. 

Segundo o relatório, a economia global deve crescer 3,2% em 2014, acima dos 2,4% do ano passado. Nos dois anos seguintes, o crescimento deve se manter estável, em 3,4% e 3,5%. Para o Brasil, a estimativa é de um crescimento de 2,4% neste ano, após uma alta esperada de 2,2% em 2013. O crescimento das exportações, junto com uma alta do consumo, deve elevar a taxa de expansão do PIB brasileiro para 3,7% em 2016. 

“Também se está consolidando o crescimento dos países em desenvolvimento, graças à recuperação das economias avançadas e a um sólido crescimento da China, embora mais moderado”, afirma o Banco Mundial. 

O informe projeta que o crescimento nos países em desenvolvimento, embora mais lento que o esperado, suba de 4,8% em 2013 para 5,3% neste ano, atingindo 5,5% em 2015 e 5,7% em 2016. 

Números da crise superam os dos anos 90 

“Apesar de estas taxas serem cerca de 2,2 pontos percentuais inferiores ao nível que tinham [os países em desenvolvimento] no período do auge que precedeu a crise de 2003-07, não há motivos preocupar-se com esse ritmo um pouco menor. Quase toda esta diferença reflete um esfriamento da aceleração insustentável da atividade econômica antes da crise – e muito pouco se deve a um menor potencial de crescimento nas nações em desenvolvimento”, diz o relatório. 

Além disso, esse crescimento mais lento representa uma melhora substancial (6%) em relação aos anos oitenta e começo dos anos noventa, destaca o Banco Mundial. 

Crescimento mundial e países ricos 

A expectativa é de que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) mundial se consolide em 3,2% neste ano (deixando o patamar de 2,4% em 2013), estabilizando-se em 3,4% e 3,5% em 2015 e 2016, respectivamente. Grande parte de aceleração inicial refletiria uma maior crescimento das grandes economias. 

No caso dos países mais ricos, o freio no crescimento que representam as políticas incertas e a consolidação fiscal deve ser afrouxado, ajudando a impulsionar o crescimento econômico de 1,3% em 2013 para 2,2% neste ano, para em seguida estabilizar-se em 2,4% tanto em 2015 como em 2016. Entre estas economias, a recuperação estã mais avançada nos Estados Unidos, onde o PIB tem ficado em expansão durante dez trimestres seguidos. 

As projeções indicam que a economia dos Estados Unidos se ampliará em 2,8% neste ano (deixando o patamar de 1,8% em 2013), firmando-se em 2,9% e 3,0% em 2015 e 2016, respectivamente. Logo após dois anos de contração, se prevê que o crescimento na Zona do Euro será de 1,1% neste ano e de 1,4% e 1,5% em 2015 y 2016, respectivamente. 

Alerta sobre mudanças nos EUA 

O Banco Mundial alerta, no entanto, que as perspectivas de desenvolvimento para 2014 podem ser afetadas pela diminuição do estímulo monetário dos Estados Unidos, que começou no princípio deste mês, como também pelas mudanças estruturales que estão sendo realizadas na economia da China. 

“Os indicadores econômicos mundiais mostram melhoras. Mas não é preciso ser particularmente inteligente para perceber os perigos que os ameaçam. A Zona do Euro saiu da recessão, mas os ingressos per capita seguem caindo em muitos países. Esperamos que o crescimento dos países em desenvolvimento supere os  5% em 2014 e que inclusive seja muito melhor em alguns deles, como Angola (8%), China (7,7%) e India (6,2%). Mas é importante evitar o estancamento em matéria de políticas públicas, para que estes indícios não sejam apenas promessas vãs”, adverte Kaushik Basu, vice-presidente superior e economista principal do Banco Mundial. 

O informe inventiva as nações em desenvolvimento a implementar reformas estruturais que ajudem a fortalecer a capacidade de suas economias, se é que desejam recuperar as taxas de crescimento de antes da crise. Além disso, sugere que algumas medidas normativas podem ser tomadas pelas autoridades, para por em marcha um círculo virtuoso de maior investimento, inclusive o investimento estrangeiro, e ao crescimento do PIB no médio prazo. 

Fonte: Portal Brasil com informações do Banco Mundial